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Na primeira parte desta minissérie de três partes sobre contentores marítimos, fizemos uma viagem pela linha do tempo, falando sobre a história dos contentores marítimos. Na segunda parte, descrevemos os tipos mais utilizados de contentores marítimos e como são usados normalmente. Na última parte de hoje, nós vamos falar sobre a utilização de contentores, no entanto, desta vez, vamos abordá-lo por uma perspetiva diferente - vamos dar uma olhada nos usos mais singulares dos contentores intermodais.

Embora não haja estatísticas oficiais, estima-se que haja mais de 14 milhões de contentores descartados e esse número aumenta a cada dia. Enquanto as partes metálicas dos contentores são concebidas para durar mais de 30 anos, a razão pela qual os transportadores descartam os contentores é o chão de madeira compensada. Isto tem de estar em perfeitas condições para o transportador, pois este tem de conduzir uma empilhadeira sobre ele. No entanto, o piso usado não impede as pessoas de construírem vários produtos a partir dele porque não são todos que precisam conduzir uma empilhadeira sobre ele.

No passado, as mercadorias costumavam ser enviadas a granel. Em termos simples, as pessoas atiravam literalmente sacos com batatas, barris de vinho, ou caixas de madeira de várias dimensões com pistolas para uma carruagem puxada por cavalos ou mais tarde para um camião. Depois dirigiam-se à estação ferroviária mais próxima, onde tinham de descarregar a carga e carregá-la para um vagão ferroviário. Depois disso, o comboio transportava a mercadoria para o porto mais próximo, onde a mercadoria teve de ser carregada de novo num navio. Depois de chegar ao porto de destino, todo o processo foi repetido em ordem inversa.

Este sistema tinha muitos inconvenientes. A recarga de cargas não padronizadas de muitas dimensões consumia tempo e pessoal, a capacidade de carga (especialmente dos navios) estava longe de ser utilizada da melhor forma, a carga não estava suficientemente acondicionada, o que representava um elevado risco de perda ou dano da carga, especialmente durante as tempestades marítimas. O risco de avaria era ainda maior porque as mercadorias não estavam suficientemente protegidas. O sistema também facilitou o trabalho dos ladrões.

Carregar um camião parece ser uma tarefa relativamente fácil. No entanto, uma vez que se perceba de quantas questões legais e de segurança devem ser seguidas, as coisas tornam-se um pouco complicadas.

Primeiramente, é necessário cumprir todos os requisitos legais e de segurança. Os camiões têm uma carga máxima permitida, que não pode ser excedida.  E não só existem cargas máximas para os camiões, como também cada eixo tem a sua própria carga máxima. Mesmo a diferença de peso entre o lado esquerdo e o lado direito do eixo não pode diferir muito para preservar uma ótima dirigibilidade.  No caso de não cumprir os requisitos legais, corre-se o risco de uma multa grave. 

A tendência no transporte marítimo de mercadorias é muito óbvia - a pressão sobre os preços e a crescente concorrência forçam as transportadoras a construir navios de carga cada vez maiores, a fim de economizar. Não apenas isso, mas também os novos regulamentos ecológicos apoiam este tipo de comportamento, pois quanto maiores forem os navios porta-contentores, menor será o consumo de combustível e a produção de CO2 por TEU (Equivalente a contentores de 20 pés) tende a ser dessa forma.

Portanto, praticamente todos os anos há um novo maior navio porta-contentores. Contudo, a partir de hoje, o maior navio porta-contentores do mundo é o MSC Gülsün com os seus 23 756 TEUs em filas de 24. Só para lhe dar uma ideia, de acordo com o orgulhoso proprietário do MSC Gülsün, Mediterranean Shipping Company (MSC) com sede na Suíça, o navio é capaz de transportar 8,35 milhões de fornos de microondas ou 47 512 carros. Seria necessário 1358 Boeing 747s ou 14072 camiões pesados para transportar a mesma quantidade de carga.